top of page

A Origem do Mal (Parte 4) Pela visão Espírita.

  • Foto do escritor: Aldo Contini
    Aldo Contini
  • 14 de fev. de 2019
  • 5 min de leitura

Atualizado: 30 de mar. de 2024


A influência da religião espírita em nosso país é muito presente, fez grande sucesso com Chico Xavier, Zibia Gasparetto, entre outros, mas toda essa influência teve inicio pelas mãos do francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como: Allan Kardec. Vamos aqui dar uma passeada por essa religião interessantíssima e buscar entender o que ela diz sobre a "Origem do Mal".


 

Origem do Mal - Espiritismo - "O mal é a ignorância do bem, não é que o bem não exista, você é quem não vê"?






Olá! Tudo bem? Antes de começar mais um artigo é importante frisar alguns conceitos espíritas sobre Deus e o Diabo. Temos muitas coisas pra aprender, então pra entender melhor o conceito, vamos pensar assim inicialmente:


Muitos tentam justificar que a origem do mal e a causa de todos os sofrimentos do mundo é obra do diabo. No entanto, a doutrina espírita proporciona a visão do mundo de forma real, mostrando a soberania de Deus perante todos os seres. Vemos isto nesta frase:


"A perfeição de Deus não condiz com a possibilidade de o diabo existir, pois um ser que é movido totalmente pelo mal não pôde ter sido criado por Deus e burlado a marcha do progresso".



Legal, agora sim. Vamos lá...



A doutrina espírita vem nos ensinar que o espírito é limitado, criado simples e ignorante, nem bom nem mau. Porém, como possui o livre-arbítrio, ele pode escolher entre seguir o caminho do bem ou do mal, escolher entre observar ou infringir as leis de Deus, de acordo a sua encarnação (espírito evoluído ou atrasado).

Levando isso em consideração a gente já elimina o pecado como causa. Já não acreditam que vem do Diabo e nem do pecado Original (castigo de Deus), é tudo mesmo responsabilidade do homem.


Mesmo sendo coisa do homem, a doutrina espírita vai nos informar que

"o mal", é resultado das imperfeições dos espíritos encarnados, que há uma predominância do mal porque a maioria dos espíritos que vivem na terra, são inferiores ou progridem pouco.

Aqui já explicaria muita coisa em relação de porque há tanta maldade no nosso cotidiano, fazemos parte de um mundo de pessoas inferiores espiritualmente lutando contra o proprio mal em si para evoluir nessa vida.


Allan Kardec em sua obra “A Gênese”, diz que todos os males, sejam físicos ou morais que afligem a humanidade, apresentam duas categorias importantes, são elas:

Os males que podem ser evitados e os que independem de sua vontade (neste pode ser inseridos os chamados flagelos naturais, como: catástrofes, tragédias, doenças...)


Então aí, ele explica que quando o homem escolhe o mal que pode ser evitado, isso tem como consequência a criação dos próprios vícios, do orgulho, do egoísmo, da ambição, etc... Dessas escolhas nascem o excesso de todas as coisas, o que acaba criando guerras, injustiças, doenças, etc...


"A partir do momento em que o homem se conformar com as leis divinas, não existiria dúvidas que os males seriam evitados. E com isso, ele viveria feliz sobre a terra".


Existe uma visão muito interessante no espiritismo que diz que a evolução do homem (em cada reencarnação) depende da compreensão dos seus atos estarem ligados à percepção de pessoa entre:


- Ignorância (não fazer o bem/certo porque não conhece); e

- Incompetência (não fazer o bem/certo porque não quer ou não pode por uma questão de desvio moral).


Sabemos que a ignorância não é escolha, é falta de conhecimento, já a incompetência é escolha porque você já sabe a informação, o homem não é mais ignorante, então, apartir daí a responsabilidade das escolhas são suas. Saber entender o mal que vem da ignorância e o mal que vem da incompetência na doutrina espírita faz com que a gente evolua no sentido do bem, porque a escolha fica clara no que se refere à sua causa.


Acredito que podemos tirar uma lição importante daqui. Entender que algumas pessoas agem mal sem querer, sem saber, por ignorância, enquanto outras, as fazem sabendo, por incompetência e que precisamos ter tolerância e ajudar essa pessoa a buscar o bem em suas escolhas.



 


Peguei duas citações de Allan Kardec pra fazer algumas comparações e questionamentos com outras idéias de "Mal" já vistas antes, vamos lá?




“Mas, Deus, cheio de bondade, colocou o remédio ao lado do mal; quer dizer, do próprio mal faz nascer o bem. Chega um momento em que o excesso do mal moral se torna intolerável e faz o homem sentir a necessidade de mudar de vida”.  (A Gênese, primeira edição autêntica de Allan Kardec).


Aqui, ele diz que Deus coloca o bem para combater o mal (estava ali então o mal antes de Deus?), pois bem, aí a gente retorna no paradoxo de Epicuro, onde a pergunta: Se Deus é bom e criador de todas as coisas ele criou tambem o mal? Por que se há o bem e o mal na mesma proporção e é uma luta de um contra o outro e Deus não criou o mal, há então um criador do mal na mesma proporção de Deus e ele deixa de se tornar o único Deus. Fica aí a reflexão, vejam mais sobre o paradoxo de Epicuro é bem legal. Vamos a outra citação.



Que o mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor. O mal não é mais um atributo distinto, assim como o frio não é um fluido especial… ..Deus só quer o bem, o mal somente vem do homem”. (A Gênese, primeira edição autêntica de Allan Kardec).


Aqui é impossível não lembrar da constatação da "não existência do mal" de Santo Agostinho - sec. XIV - (Falo sobre isso no artigo A Origem do Mal parte 1) onde ele disse exatamente isso: o mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor, a cegueria é ausência da visão, a escuridão ausência de luz etc...

Vamos imaginar o seguinte: É como se o bem fosse uma parede e o mal a janela, a janela nada mais é que um buraco na parede certo?, ou seja, ausência de parede, imaginamos essa janela (o mal) crescendo, e crescendo...até que a janela tome toda a parede (o bem), ali já não haverá mais parede (o bem) e nem sequer mais janela (o mal), porque a mal depende do bem para ser a sua falta, deu pra entender? Sem o bem o mal não existe. O mal não é substância é verbo.

Então se o mal é ausência e não existe, porque Kardec disse isso na primeira citação?:

"Mas, Deus, cheio de bondade, colocou o remédio ao lado do mal; quer dizer, do próprio mal faz nascer o bem".

Se mal é ausência , porque remediá-lo ou entender em algum momento que o bem nasça do mal?


Como sempre tiramos muitas lições e acrescentamos algumas outras informações ao nosso repertório para ilustrar melhor nossa reflexão.



 

Pra essa semana é isso aí, ficam aí ainda alguns questionamentos, o que é natural quando se inclui o Bem e o Mal, Deus e o Diabo, as religiões... Mas, continuaremos nossos estudos sobre isso e no artigo da próxima semana vamos abordar algumas religiões de matriz Africana.

Vamos continuar questionando tudo a respeito do Mal! Espero que estejam gostando. Até a próxima.


Aldo Contini.






Comentários


Faça parte da nossa lista de emails

© 2019 por Aldo Contini. 

bottom of page