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A origem do mal (Parte 1) Pela visão Cristã.

  • Foto do escritor: Aldo Contini
    Aldo Contini
  • 24 de jan. de 2019
  • 5 min de leitura

Atualizado: 30 de mar. de 2024


Para alguns o mal é a represatividade do Demônio, para outros são reflexo das atitudes dos homens. Claro que lidamos com o mal no dia-a-dia, com a violência, a intolerância, a miséria, as catástrofes, etc...Mas, o que alguns filósofos que se interessaram por esses assuntos disseram? Vamos falar um pouco desse assunto tão pouco presente em nossas discussões e tão mais presente em nossas ações. Vamos abordar a visão dos filósofos cristãos como Santo Agostinho (354 à 430), São Tomás de Aquino (1225 - 1274) e Blaise Pascal (1623 à 1662).

E como extra um vídeo muito legal com esclarecimentos bíblicos.



 



Santo Agostinho (ou Agostinho de Hipona, viveu de 354 à 430) - "O mal como ausência do bem."


Para esse filósofo cristão o mal não existe! A lógica por trás dessa afirmação é a seguinte:


O mal é a ausência do bem, assim como o frio é a ausência de calor, a escuridão é a ausência de luz, a cegueira é ausência de visão, etc...


Deus é bom e o mal não existe porquê não é substância, não é algo existencial e sim verbo.


Agostinho vai dizer também que mal se apresenta ou por escolhas erradas pelo seu livre-arbítrio fora dos mandamentos de Deus ou por ignorância, porque tudo que é obra de Deus é bom e nós enquanto criatura não somos bons como o nosso criador.


Todas as mazelas são resultado do pecado original (Adão e Eva).


Lendo as informações acima conseguimos entender muito bem o que ele quer dizer, sem contar que de quebra Sto. Agostinho foi determinante para o Cristianismo porque conseguiu com sua visão de não existencia do mal, romper a ideia dualista do maniqueísmo e dar uma resposta satisfatória a uma dúvida que assombravam os cristãos, que é o paradoxo de Epicuro (341 à 270 a.c.):



"Será que Deus quer impedir o mal, mas não consegue? Então é impotente. Consegue,

mas não quer? Então é mau. Consegue, e está disposto? De onde, vem então, o mal? Se

Deus é onipotente, por que não impede o mal, e se é onibenevolente, por que não

quereria impedi-lo? Parece carecer de coerência lógica dizer que Deus é onipotente e onibenevolente e ainda assim afirmar que existe o mal no mundo."



 





São Tomás de Aquino (1225 - 1274) - "A razão para entender a fé."


São Tomás usou a razão de maneira incrível fazendo uma coisa muito perigosa para a época que foi misturar a razão filosófica com a fé cristã, aqui, ele vai dizer que é necessário fazer o homem entender que o mal é a privação do bem devido, e o pecado é a aversão do homem a Deus fonte de qualquer bem.


Suas ideias não são diferentes da ideia central de Sto. Agostinho sobre o livre-arbítrio e o Pecado Original, mas ele tem alguns pontos diferentes sobre o mesmo tema.


Para entender a ideia de origem do mal em Tomás de Aquino, é necessário entender sua visão e críticas sobre a herança vinda de Adão e Eva após o Pecado Original. SãoTomás, como é de se esperar dos cristãos não nega a existência do pecado original e além disso critica as duas hipóteses relativamente à transmissão:


A do ‘traducionismo’ segundo o qual “a alma racional transmite-se com a semente, de tal maneira que de uma alma infecta derivam almas-infectas”.


A da ‘hereditariedade’, segundo a qual “a culpa da alma do primeiro genitor transmite-se à prole, embora, a alma não se transmitia do mesmo modo como os defeitos do corpo se transmitem de pai para filho.


Ambas as hipóteses pareciam insustentáveis à Aquino, e ele anuncia a sua dizendo que:


"Todos os homens nascidos de Adão podem considerar-se um único homem, porquanto têm a mesma natureza, recebida do primeiro genitor, da mesma maneira como nas cidades todos os homens que pertencem à mesma comunidade se julgam um só corpo, e a comunidade inteira é como um único homem."


Então para entender a ideia de mal em São Tomás de Aquino é importante entender a ideia que origina o mal, logo, concluímos que o mal é fruto do pecado, vem do livre arbitrio dado por Deus à Adão e Eva e nós somos herdeiros dessa mancha deixada pelos nossos primeiros pais.



 





Blaise Pascal (1623 - 1662) - "Na dúvida acredite em Deus."


Um grande filósofo, teólogo, matemático, inventor, cientista, físico e esteve muito preocupado em relação à condição humana para questões como esta.


A pergunta que pascal faz para desmistificar o mal é: Qual a origem de todos os vicios e pecados, ou seja: o mal?


Ele chega (assim como Sto Agostinho e São Tomás de Aquino) em Adão e Eva e nos passa uma nova ótica sobre o tema mas sem sair da ideia sobre o Pecado Original.


Pascal vai dizer que ocorre um desequilibrio passado de geração em geração.


Explicando melhor, antes do acontecimento do Pecado Original tinhamos "amor finito" para coisas finitas (as coisas e o próprio homem) e "amor infinito" para coisas infinitas (Deus). Tudo estava organizado, porém o Pecado de Adão e Eva desagregou a harmonia do amor. Deus vira as costas à Adão e Eva, eles não tem como usar seu amor infinito em Deus porque Deus não está mais ali para receber esse amor, então o Homem (enquanto espécie) começou a direcionar esse amor infinito a si próprio, logo se apontamos esse amor infinito para nós e não para Deus (quem deve ser amado em 1º lugar, segundo o 1º mandamento) cometemos o erro do amor-próprio de onde se origina os vicios, pecados e o mal.


Pascal nos lembra também que a punição pelo pecado é a mortalidade (que nos priva da vida eterna/divina) e nos deixa a dúvida sobre o merecimento da eternidade, fazendo nascer assim a fé.


Deus deu o livre-arbítrio à Adão, ele não soube usar bem, então todos pagamos pelo mal, porque somos todos continuidade do primeiro pecador, Deus se ocultou e a nossa procura por Ele também é parte da lição que Deus nos dá por nossa desobediência.


Então o homem que é livre por escolher entre pecar ou não, livre em negar as tentações ou não é o responsável pelo mal na terra.


Vejam sobre o autor: "A aposta de Pascal" - Aqui você vai entender um pouco a logica de Pascal sobre a crença sobre Deus, é bem interessante.



 



A Bíblia Sagrada afirma...


"O mal existe de fato no mundo e que a humanidade tem o mal dentro de si, fruto de uma herança do primeiro ato de desobediência cometida pelos nossos pais ancestrais contra o único mandamento probativo, ou seja, o de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal."


Vejam o vídeo abaixo é super esclarecedor pela questão bílblica eu particularmente gostei muito:





 

É isso aí, aqui finalizamos a primeira parte, espero que tenham gostado.

A segunda será pela ótica da moral, da política e um pouquinho da psicológica que irei publicar aqui na próxima quinta, por enquanto é só, obrigado, e não se esqueçam de questionar sempre.



Aldo Contini.



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