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Antropologia Simbólica.

  • Foto do escritor: Aldo Contini
    Aldo Contini
  • 14 de mar. de 2019
  • 5 min de leitura

Atualizado: 20 de fev. de 2023


Dentro de várias ferramenta do pensar , a Antropologia não é menos importante que a própria Filosofia, e quando estudamos o assunto e somamos os símbolos criados pela humanidade a fim de criar uma comunicação, percebemos como isso vem se sustentando através dos tempos e fazendo com que o tema se torne ainda mais presente e interessante.

Vamos aprender um pouco mais sobre essa parte do estudo da antropologia cultural com autores especialistas no assunto, mexendo nessa ramificação ainda mais peculiar e que nos faz criar uma compreensão quase (se não totalmente) que inconsciente sobre essas imagens tão presentes no nosso dia-a-dia.


 

O que é antropologia? (antropo = homem; logia = estudo)



O Homem Vitruviano

A antropologia é uma ciência que foi entendida como parte da filosofia e consequentemente desvinculada dela porque estuda e analisa: a origem, o desenvolvimento e a evolução do homem (enquanto espécie e não gênero) a partir de seu tempo na história. Diferente da filosofia que foca no significado da vida pelo meio da razão (sendo bem breve).

Na Antropologia é estudado no homem: sua cultura , suas condições físicas, biológicas e anatômicas, então aqui, vemos que abrange a totalidade da humanidade enquanto tal.

Dentro da Antropologia existem também ramificações que se aprofunda em determinados tópicos com mais precisão, são chamados de os "quatro campos da Antropologia", eles são: arqueologia, linguística, antropologia física e antropologia cultural (é essa que a gente vai usar hoje).

Pois bem, pra não se estender muito, isso é só pra ter uma leve ideia do que é, mas devemos refletir sobre sua importância, a tentativa de detalhar as sociedades humanas, o homem dentro dela, o relacionamento dos homens entre si dentro dela, como ele se relaciona com a natureza, como se comporta no meio em que vive e como se relaciona também com outros grupos diferentes dos seus.

Isso nos dá uma noção mais universalizada sobre diversidade, porque pensando bem, só nos interessamos em saber de onde viemos depois de refletir sobre de onde vem o outro humano que está à nossa frente, e assim, dentro de todas as diferenças, físicas, étnicas, culturais, sociais, etc... se perguntar: O que faz de nós humanos seres tão singulares? Você sabe a resposta?



 


O que é Símbolo? (Algo que representa outra coisa para alguém)



Símbolos
Símbolos

Nas sociedades de hoje e nas antigas também (é claro), os símbolos estão presentes em todos os lados, desde seu vestuário, até o local do seu trabalho, se tem uma religião ela também terá um símbolo e isso nada mais é que: a comunicação do significado de algo para alguém. Com certeza olhando a ilustração a cima você ira perceber vários símbolos que vão despertar em você o entendimento sobre local, objeto, alimento, clima, horário de funcionamento, meio de transporte, entre muitos outros...

Alguns são muito conhecidos, enquanto outros, só vão existir dentro de determinados grupos específicos e assim vão sendo difundidos, substituídos, atualizados ou esquecidos dentro do tempo da história.

Os Símbolos além de figuras visuais, podem ser sonoras (código morse) ou gestual (língua de libras) certo? Mas, a intenção aqui é só fazer uma breve introdução para podermos estudar e entender a simbologia antropológica, então, nada contra emojis, mas vamos atrás dos significados dos símbolos mais antigos e entender o impacto disso nas nossas vidas até hoje.



 



A simbologia Antropológica - "O símbolo é a unidade básica do comportamento humano".



Apesar de ser um tema um pouco denso, é com ela que vamos compreender a cultura do homem a partir dos símbolos, seus significados particulares e universais.

A particularidade é a história pessoal, o que Freud vai chamar de Inconsciente pessoal e Universal é o que encontramos no que Carl Jung chamou de Inconsciente coletivo.

A Antropologia Simbólica pode explicar como os símbolos estão aí até hoje e como eles foram transmitidos ao longo da história da humanidade, esse estudo é até relativamente novo e nasceu na metade do século XX sendo considerado um campo bem vasto a ser explorado e entendido dentro da Antropologia.

Esse "tipo" de Antropologia surge como resposta à necessidade de estudar a relação entre os símbolos como um sistema cultural e seus impacto na sociedade.


Os autores mais influentes nesse tema são:



Um dos estudiosos mais importantes da Antropologia Simbólica reúne em uma de suas obras chamada: "A Selva dos Símbolos" um conjunto de artigos referentes aos rituais, alguns ritos, bruxaria e prática médica entre os Ndembu. O que fez nascer também noção de drama na Antropologia, com isso, ele cria um modelo de Drama Social inspirado na mitologia grega e são definidos por quatro momentos: ruptura, crise e intensificação da crise, ação reparadora e desfecho (que pode levar à harmonia ou cisão social).


 


Já Geertz por sua vez, vai dizer que a Antropologia não é uma ciência experimental em busca de leis, e sim, uma ciência interpretativa que persegue o significado da ação simbólica. Pela visão deste autor, a Antropologia não pode buscar leis ou regularidades, mas sim descobrir as redes de significados que trazem sentido para a vida dos integrantes de uma cultura e estabelecer quais são os símbolos mais importantes que as direcionam. Ele ainda define cultura como um sistema de concepções expressadas de formas simbólicas por meio das quais os homens se comunicam, se perpetuam, desenvolvem seus conhecimentos e atitudes ao longo de sua vida.


 

Dentro das especialidades tratadas pela Antropologia nos "quatro campos" é da Antropologia Cultural que vamos puxar um fiozinho e se aprofundar mais na Simbólica, então é mais que necessário levantar estas questões culturais entendida por esses autores.

Então vamos entender que a cultura não é algo que esteja na cabeça dos homens, mas sim o que está integrada por símbolos dentro dos quais os membros de uma sociedade comunicam sua visão do mundo, suas orientações de valor e todo o resto.

A Antropologia simbólica ainda vai afirmar que o ser humano é dependente de símbolos, que estes símbolos são meios para atingir os significados e este é um aspecto de grande importância para esses estudos, ou seja, investigar como que os símbolos atuam como veículo de cultura.

Ainda é defendido também o estudo de "quem as pessoas de determinada formação cultural acham que são, o que elas fazem e por que razões elas creem que fazem o que fazem".



A cultura humana é um conjunto de textos (...) na qual o antropólogo deve saber ler por sobre os ombros daqueles a quem esta cultura pertence".
Clifford Geertz

Se estiverem interessados um dia em realizar uma Antropologia Simbólica aqui vão as três fontes de informação para realizar uma, segundo Victor Turner:



  1. A forma externa e as características observáveis,

  2. As interpretações que oferecem os novos especialistas no assunto, e

  3. Os contextos significativos trabalhados em grande medida pelos antropólogos.

 

É isso aí, chegamos ao final de mais um artigo, percebemos que é bem complicado estudar origens, mas ao mesmo tempo muito gostoso saborear o meio do caminho desta tentativa de compreender a própria comunicação por símbolos. Mas dê uma olhada à sua volta e pense: Em que tempo na história o homem entendeu que criando esse símbolo (porque o Homem é o único animal que o produz), esse código ou essa imagem diria o que diz pra mim? Porque esse símbolo me faz entender isso desta maneira?

Você não precisa que ninguém te fale, a imagem entra no seu inconsciente e te trás uma sensação, uma emoção, uma vontade, uma dor, não sei...cada um é afetado de uma maneira e é nesse momento que a intenção por trás do símbolo atinge sua meta.


Obrigado mais uma vez!


Aldo Contini.



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