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Os Socráticos (Parte 2) - Platão. "Vencer a si mesmo, é a maior das vitórias."

  • Foto do escritor: Aldo Contini
    Aldo Contini
  • 5 de abr. de 2019
  • 5 min de leitura

Atualizado: 20 de fev. de 2023


Dessa vez vamos falar e tentar entender quem foi Platão, vamos passear por suas principais teorias, este, que foi o principal responsável por repassar as ideias de Sócrates e manter firme a Escola Socrática, a qual, foi continuada pelo seu discípulo Aristóteles. Vamos entender juntos sua teoria dualista que será explicada na Alegoria da Caverna. E claro que não poderia faltar... o Amor Platônico.



Platão
Platão

"A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos"


Platão (Arístocles) - Atenas, 428/427 – Atenas, 348/347 a.C. - Esse grande filósofo foi um dos maiores influenciadores da nossa Filosofia, sua busca pelo conhecimento e pela verdade ergueu a base que temos hoje sobre a filosofia ocidental, fazendo ela dar o primeiro grande passo em direção as pensamento racional.

Escreveu sobre: Política, estética, cosmologia e epistemologia.

Diferente de Sócrates ele descendia da nobreza Ateniense, era um jovem encantado com a Democracia e até poderia ter seguido a carreira política assim como seus familiares, porém depois de conhecer Sócrates (O grande Professor) se inspirou pelas suas ideias contra o regime da época e suas buscas pelo conhecimento e pela virtude. Após a morte (injusta) de Sócrates, ele virou de vez as costas para a Política e dedicou sua vida à Filosofia assim como fez seu mestre.


Platão foi ainda influenciado por Pitágoras na matemática e em uma viagem sua ao Egito, pela geometria e astronomia. Nessas viagens começou as escrever seus diálogos, os quais sem eles, nós não teríamos conhecido uma grande parte da história de Sócrates.

Fundou a Academia Platônica (cuja Escola é considerada a primeira Escola de Ensino superior do ocidente, onde se poderia aprender sobre: Astronomia, Biologia, Matemática, Política e Filosofia) quando voltou à Atenas, lá difundiu de vez o que aprendeu com Sócrates e fundamentou suas teorias. Nesse tempo escreveu suas principais obras, entre elas diálogos e cartas (epístolas).


Teoria das Idéias (Mundo sensível x mundo inteligível).


Mundo sensível: É onde estão todos os objetos materiais desse mundo e que representam as ideias que estão localizadas no mundo inteligível (mundo fora da terra). O mundo enquanto há sensações corporais, plano terreno onde estão as aparências.

Platão vai dizer que percebemos essas aparências e ideias perfeitas (lá do mundo inteligível) através dos cinco sentidos, que por sua vez são falhos e limitados e não representa as coisas como realmente são.


Mundo inteligível: É o que verdadeiramente conta, porque é lá que está a essência de tudo que existe, é um plano superior ao vivido aqui na terra e somente pode ser percebido através do nosso intelecto, tudo que existe lá são ideias perfeitas, onde se encontra o molde de todos os materiais que temos na terra, é o mundo da sabedoria e da inteligência.


Platão era um dualista, ou seja, achava que os mundos eram dois, o sensível (o mundo das sensações) e o inteligível (o mundo da verdade), disse ainda que o que vemos com os olhos do corpo, são as coisas físicas, e o que vemos com os olhos da alma são formas não-físicas. Essa ideia veio da junção de duas ideias já apresentadas por dois antecessores Pre-Socráticos: Heráclito e Parmênides. (deixei uma "colinha" aqui embaixo sobre esses dois filósofos Pré- Socráticos, se quiser ver todo o artigo clique aqui)



Platão acreditava que não poderíamos acreditar nos resultados das coisas criadas pelos sentidos, dizia que esse mundo que vivemos é uma cópia imperfeita, ilusória e mau representada do verdadeiro mundo, que sim é o original, o perfeito, o real, ou seja, o mundo das idéias.

Para representar isso ele nos apresenta a tão famosa...



Alegoria da Caverna.


Bom...vou deixar um vídeo para ilustrar melhor 😉.





"Amor Platônico"


Amor Platônico no senso comum.


O amor para Platão nada mais é do que o desejo, então quando o desejo acaba, o amor também acaba. Mas então o que é o desejo? Desejo é a falta do que não se tem, só se pode amar o que não possui.

É quando a imagem de outra pessoa te afeta de uma tal forma que você tem desejo de ter pra você e sofre se não tiver.

Observando essa teoria, entendemos por consequência que após conquistar a pessoa à qual se ama e ter essa pessoas que ama para si, logo você não ama mais, porque já tem, e assim desaparece a falta . O amor nasce do desejo e ambos estão diretamente ligados ao signo da falta.


O Amor platônico de " O Banquete".


Aqui vamos falar da concepção de amor para Platão, que foi tirada dos diálogos do livro " O Banquete" (livro escrito também por Platão, porém a ideia de amor é descrito por Sócrates no Banquete). Lá ele define o amor ideal como um amor sem paixões, e sim como algo puro, para ele as paixões te conduz à um amor materialista e falso. Então o amor verdadeiro é sentido por alguém por causa de suas virtudes, caráter e inteligência e não da beleza, ou características físicas por exemplo.

Observando essa ideia vemos como tudo que é bom está no mundo inteligível,e tudo que não é bom está no mundo Sensível.



Escola de Atenas / Scuola di Atene  de Rafael
Escola de Atenas / Scuola di Atene de Rafael

Ao regressar de muitas de suas viagens, Platão voltou a ensinar e escrever na Academia permanecendo como um autor ativo até a sua morte aos oitenta anos de idade, dizem que seu corpo foi sepultado no terreno da Academia. Com sua morte, a Academia passou a ser dirigida por Espeusipo, forte simpatizante do aspecto matemático da filosofia de Platão.



Obras


Diálogos considerados de juventude ou socráticos, até cerca de 390 a.C. (antes da morte de Sócrates).

Apologia de Sócrates Críton ou Do Dever Íon ou Da Ilíada Laqués ou Da coragem Lísis ou Da Amizade Cármides ou Da Sabedoria Eutífron ou Da Santidade


· Diálogos ditos de transição:

Eutidemo ou Da Erística Hípias menos ou Da Mentira Crátilo ou Da Etimologia Hípias Maior ou Do Belo Menexeno ou Do Epitáfio Górgias ou Da Rétorica República - livro I Protágoras ou Dos sofistas Ménon ou Da Virtude


· Diálogos de maturidade (escritos provavelmente entre 387 a.C. e 368 a.C.):

Fédon ou Da Alma Banquete ou Do Bem República, livro II a XI Fedro ou Da Beleza


· Diálogos considerados de velhice:

Parménides ou Das Formas Teeteto ou da Ciência Sofista ou Do Ser Político ou Da Realeza Filebo ou Do Prazer Timeu ou Da Natureza Crítias ou Da Atlântida Leis (inacabado)



E aqui finalizamos mais um artigo sobre os Socráticos levantando as ideias centrais de Platão, ainda há muito para estudar sobre esse incrível ícone da Filosofia Ocidental. Na semana que vem falaremos de Aristóteles na nossa terceira e última parte dos estudos, espero que tenham gostado e refletido bem sobre esse dualismo das ideias, sobre a alegoria da caverna e muito mais coisas que podemos nos aprofundar e enriquecer nossos conhecimento, seguiremos questionando...


Aldo Contini.




 
 
 

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